Biden terá oportunidade única para debater agenda de transição energética com base parlamentar republicana nos Estados Unidos
Mesmo diante de tantos desafios dentro da conjuntura política, econômica e social nos Estados Unidos, Joe Biden – vencedor das eleições de outubro de 2020 – terá uma oportunidade única para debater o progresso para uma matriz mais limpa e acessível com o poder legislativo norte-americano. “Os democratas perderam algumas cadeiras no parlamento e ainda existe uma polarização em todo país. Precisamos modernizar nossa infraestrutura e avançar com reformas”, analisa Jason Bordoff, Diretor-Fundador da School of International and Public Affairs da Universidade de Columbia.
Bordoff acredita que John Kerry, escolhido para liderar a transição energética na próxima gestão do executivo nos EUA, poderá analisar o uso mais amplo do hidrogênio, de tecnologias CCUS e fomentar a mobilidade urbana elétrica. Este cenário foi um dos principais tópicos da sessão “A Dinâmica Desconcertante da Energia e da Geopolítica em um Mundo em Transição”, que ocorreu nesta manhã na Rio Oil & Gas 2020, comandada pelo moderador Carlos Pascual, Vice Presidente da IHS.
Mauricio Cárdenas, Senior Research Fellow – Center on Global Energy Policy at Columbia University”, indicou que é necessária uma cooperação global para pesquisa da vacina e garantir os financiamentos das pesquisas. Ele acredita que o crescimento da economia e da indústria de petróleo e gás dependem da imunização internacional. Cárdenas avalia que o fim do “American Fiirst” é uma oportunidade única para pluralizar a energia limpa e acessível. “Muitos latinos ainda não têm luz em suas casas. Eu me pergunto como vamos promover um balanço entre as novas tecnologias para o desenvolvimento do setor e proporcionar um olhar social para atender demandas destas comunidades”, comenta.
Rafaela Guedes, economista chefe da Petrobras, indicou que a companhia tem metas ambiciosas para redução de emissões líquidas até 2030. Apesar de estar focada em águas ultra profundas do pre-sal, ela observa que há possiblidade de crescimento para a companhia em toda América Latina. Rafaela definiu este ano como uma “montanha russa”. “Empresas ainda estão se adaptando em termos de gestão para os próximos anos. Será uma recuperação gradual para o setor de O&G. Nós vemos uma competição maior em renováveis e a transição se acelerou, o que está sendo amplamente debatido para uma matriz mais acessível e limpa”.