O rigor em torno das licenças de operação no setor de óleo e gás aumentou na avaliação de Shira Paulson, gerente de exploração da BP para a Região Norte do Brasil. “Existe uma pressão por parte dos formuladores de políticas e investidores”, comentou. Diante dessa nova realidade, a executiva destacou que, entre as principais metas da empresa, está a redução das emissões de carbono até 2050. Ela observa que as demandas para a energia global continuarão crescendo na próxima década e que haverá maior diversidade de matriz energética com o aumento do uso de fontes renováveis. Segundo ela, isso faz com que o Brasil esteja entre os países líderes nesse novo modelo. “Temos a ambição desafiadora de ser uma empresa com emissão zero até 2050 ou antes. Temos várias metas que vão nos ajudar a chegar a esse patamar”, afirmou.

Apesar dos desafios que precisam ser enfrentados no longo prazo, especialistas acreditam que as propostas para a transição energética representam uma oportunidade para a empresas alcançarem maior credibilidade junto à sociedade e acelerarem projetos a partir de fontes limpas com base em um sistema integrado. Para Alexandre Szklo, professor da COPPE/UFRJ, o setor de petróleo deve levar em conta modelos que estejam associados a outros fatores ambientais, como o uso do solo. “O setor pode traçar um caminho melhor para a transição com tecnologia e capacidade financeira, considerando outros segmentos”. Marcus Dias, vice-presidente executivo da RepTrak Company destacou a importância dos investimentos em benefício de uma matriz com recursos renováveis para a melhoria da reputação das empresas. “Dizer e fazer o que é certo é um bom negócio para o setor”, afirmou. O engajamento entre o público jovem também foi apontado como uma alavanca para tornar o setor mais atraente às gerações futuras.