Avanço regulatório será fundamental para atrair novos atores para o onshore
A definição de políticas claras, alinhadas com um arcabouço estável, é fundamental para que o onshore nacional conquiste maior atratividade e competitividade. Em paralelo, será necessário que o potencial para produção de petróleo e gás em campos maduros possa avançar diante de contínuo investimento em pesquisas e regras bem definidas para o licenciamento ambiental aos novos operadores. Análise foi um consenso entre os painelistas da sessão “O renascimento do onshore brasileiro”, no segundo dia da Rio Oil & Gas.
Carlos Agenor, diretor do Departamento de Política de Exploração e Produção de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, afirma que o momento atual é singular. “Existe um programa de desinvestimento da Petrobras em andamento e estamos vivenciando a passagem dos campos para produtores independentes. Temos metas ambiciosas para a próxima década: aumentar o fator de recuperação dos campos, avançar em novas fronteiras e ampliar a declaração de comercialidade”, ressaltou. Agenor ainda menciona que o novo ciclo de Oferta Permanente, programado para a próxima sexta (04.12), tem boas perspectivas com campos onshore no Paraná e Amazonas.
A presidente da ABPIP (Associação Brasileira Dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás), Lívia Valverde, concorda que, caso não ocorresse o desinvestimento da Petrobras, teríamos um “ambiente terrestre tímido”, somente composto por empresas “altamente resilientes”. A executiva também avalia que o REATE 2020 (Programa de Revitalização da Atividade de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Áreas Terrestres) é um fator estruturante para toda cadeia de O&G. “O processo de cessão também precisa ser revisto e adequado para que novos produtores tenham previsibilidade para assumir novos ativos”, conclui.
Marcos Frederico Souza, Superintendente de Petróleo e Gás Natural da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), afirmou que é essencial avançar na redução de custos de áreas em terra, especialmente ao pequeno produtor. Miguel Nuñez Sanchez, Diretor Técnico da Imetame Energia, defende a simplificação do licenciamento ambiental, por meio de autodeclaração e compartilhamento de instalações, para que pequenos produtores possam escoar sua produção por gasodutos com menor custo.