Lei do Gás marca abertura do mercado, que pode alavancar investimentos
“A nova Lei do Gás será um “marco para a abertura do setor”, que será mais dinâmico e competitivo, ressaltou Carlos Tadeu Fraga, mediador do painel “Panorama e perspectivas para o crescimento da demanda do mercado de Gás Natural”, da Rio Oil & Gas. Para Fraga, o país precisa incentivar a demanda por gás, que, no Brasil, é majoritariamente associado à produção de óleo, e tem o desafio de vencer o “gargalo da infraestrutura” de dutos, terminais e plantas de processamento.
A boa notícia é que os investimentos já começam a aparecer, sobretudo em terminais privados de GNL. A CNI (Confederação Nacional da Indústria) projetou que, se o preço do gás cair em 50%, os investimentos no setor podem chegar a US$ 31 bilhões até 2030. “Muitos setores hoje não investem no país por causa do custo do gás. Essa realidade pode mudar com a abertura do mercado”, disse Juliana Borges de Lima Falcão, especialista em Política e Indústria da CNI.
Rodrigo Costa Lima, gerente-executivo de Gás e Energia da Petrobras, ponderou que um primeiro importante movimento de abertura do setor foi o TCC da estatal com o Cade, que prevê a desverticalização da companhia no segmento de gás. Após esse processo, disse, a Petrobras deve ficar com uma participação de 55% no mercado de gás natural, com foco especial na comercialização do gás produzido pela própria companhia.
Fabio Abrahão, diretor de Infraestrutura, Concessões e PPPs do BNDES, ressaltou a importância da aprovação da Nova Lei do Gás, que dará as condições para expansão do mercado. Para o executivo, estudo do banco estatal aponta para a necessidade de criar lastros para viabilizar a infraestrutura e o principal deles é a indústria, com novas fábricas de setores como siderurgia, química e cerâmica. “