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Transição e segurança dependem de uma mudança do padrão de consumo de energia, afirmam especialistas globais

Transição e segurança dependem de uma mudança do padrão de consumo de energia, afirmam especialistas globais

29/09/2022

A transição e a segurança energéticas sofreram o impacto da guerra na Ucrânia. Mesmo assim, as mudanças do clima continuam exigindo a alteração de todo o planeta para uma economia zero carbono. Um dos caminhos está em novos padrões no consumo de energia. Essa foi a discussão proposta por especialistas internacionais que participaram do “Diálogos – Segurança energética em um momento de transição”, no terceiro dia do Congresso da Rio Oil & Gas 2022.

A CEO da OGCI Climate Investments, Dr. Pratima Rangaranjan, defende mudanças radicais no padrão de consumo energético e de matérias-primas em escala global. “Por que precisamos trocar de iPhone a cada oito meses, demandando muito níquel e outras matérias-primas que, em sua produção, consomem petróleo e geram emissões de carbono? Metade das emissões da indústria de ferro vem de seu consumo de energia. Precisamos reordenar nossas prioridades de consumo e investimento. E reduzir as fontes de energia, não precisamos de tantas alternativas, mas sim de eficiência energética.”

A escritora e jornalista búlgara Irina Slav, que, há mais de uma década, escreve sobre energia e geopolítica, alerta que o quadro é mais sensível na Europa. “Não acredito que a Europa consiga fazer a transição energética, devido à falta de minerais, que em alguns casos já está acontecendo. Não haverá matéria-prima suficiente para seus planos de transição energética nas próximas duas décadas. Não se faz transição se não há cobre para produzir cabos elétricos ou painéis solares”, diz ela.

Carlos Pascual, Senior Vice-President for Global Energy da S&P Global Commodity Insights, fez outro alerta: as novas sanções europeias contra a Rússia – pela primeira vez restringindo a compra de petróleo russo, que entrarão em vigor em 5 de dezembro – poderão elevar o preço do barril de petróleo a até US$ 150:

“O tempo agora é crítico, porque precisamos funcionar bem e, ao mesmo tempo, pensar no futuro. A mudança climática é real e precisamos mudar nosso padrão de consumo energético”, afirma o executivo.

Num painel sobre a consolidação do posicionamento das empresas independentes de E&P, executivos do setor avaliaram o avanço dos ativos das empresas desde a assinatura dos primeiros contratos com a Petrobras e projetaram crescimento para 2023. O CEO da 3R Petroleum, Ricardo Savini, calcula um salto na produção dos atuais 45,2 mil barris por dia para 58 mil, em dezembro do ano que vem.

O presidente da Karoon Energy, Antônio Guimarães, também projetou um aumento na produção, com o investimento de U$ 300 milhões no campo de Baúna, na Bacia de Campos. Segundo o executivo, com a abertura de dois novos poços, a produção local deve alcançar 30 mil barris por dia.

COMBUSTÍVEIS NA TRANSFORMAÇÃO ENERGÉTICA

Após se transformar em uma empresa privada, a Vibra busca novos caminhos para continuar crescendo. “Após o primeiro momento, fizemos a reflexão para olhar para o futuro. Hoje, o cliente transita para novas energias e entendemos que, à medida que ele realiza esse movimento, nós temos como alavancar essa comercialização com o relacionamento construído”, ressaltou André Natal, CEO da empresa, no CEO Talks.

Marcelo Bragança, vice-presidente de Operações da Vibra, também presente no CEO Talks, disse que o primeiro aprendizado da empresa foi aprender a olhar para fora, para o mercado. “Trouxemos pessoas de outros locais, que viveram outras experiências, promovemos juntos essa mudança cultural. Mudamos a forma de internalizar combustíveis. Antes, comprávamos só cargas no Brasil, passamos a comprar fora. Desenvolvemos um modelo de shipping e revimos nossa estratégia de estoque. Além disso, temos 30 milhões de consumidores mensais nos nossos postos e podemos explorar ainda mais possibilidades de negócios com eles”, afirmou.

COMPLIANCE

Para o chefe de Governança e Compliance da Petrobras, Salvador Dahan, no painel “Governança, compliance e financiabilidade da indústria de óleo e gás”, não basta só destinar recursos para projetos de ESG, mas é preciso garantir que as ações efetivamente tenham o impacto socioambiental. “A governança é o pilar de sustentação para toda essa transformação”, concluiu.

O presidente da plataforma de investimentos BlackRock Brasil, Carlos Tahakashi, disse que a constituição de comitês específicos nos conselhos de administração é uma tendência que pode ajudar no amadurecimento das ações de ESG.

A Rio Oil & Gas 2022 acontece até esta quinta-feira (29/9), no Boulevard Olímpico, e é patrocinada por Petrobras, Ambipar Response, Equinor, Shell, TotalEnergies, Vibra, Ipiranga, Raízen, BP, Bunker One, Chevron, ExxonMobil, Karoon Energy, Modec, Galp, PETRONAS, Repsol Sinopec, 3R Petroleum, Acelen, Siemens Energy, Trident Energy, Braskem, Enauta, Halliburton, McDermott, NTS, PECOM, PRIO, Salesforce, Saipem, Subsea 7, AET, Baker Hughes, DOW, Fluxys, Oracle, Perbras, Solvay, TAG, TBG, Techint, Vallourec, Wintershall Dea, Horizon-Partners, Ultracargo, Weatherford e WTW. O evento ainda tem a Apex-Brasil como parceira no espaço “O&G Partnership Lounge” e a United Airlines como companhia aérea oficial.

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